sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Is That Why You Turn Way?




Não há um dia sequer em que eu não me sinto culpada por sair por aí magoando à todos. Não há um dia em que isso não ocorra. Me sinto impotente por não conseguir mudar absolutamente nada! Acúmulo de mágoas, de desentendimentos, mal-entendidos... a cada dia tem sido mais presente nos meus dias.
Saudade... esse sentimento que machuca quando não há mais nada que possa ser feito. Sinto falta de tempos em que ninguém me abandonava por descobrirem quem realmente sou ou por motivos fúteis. Acredite se quiser, houve um dia em que não me preocupava tanto e mesmo assim não estragava tudo.
Mais um ano está passando e eu às vezes me entristeço por não poder cumprir as promessas que fiz ou me fizeram. Queria não sentir falta de quem um dia foi essencial pra mim e agora o que existe é a indiferença. O que mais dói não é partirem da minha vida, mas a indiferença com que lidam com isso. Me olham e parece que não significo absolutamente mais nada. Acho que eu sou muito fácil de se esquecer, sei lá. Machuca e eu não consigo aceitar. As pessoas não deveriam partir assim tão fácil, eu não devia me importar tanto. Me fazem muita falta, fecho os olhos e ainda consigo me lembrar dos momentos com cada um. Uma mistura de sorriso e choro se forma. Boas lembranças acabam se tornando lembranças tristes...
Todos estão certos. Sem expectativas, sem decepções. É por isso que já não espero mais nada. Só espero que o dia acabe bem e sinceramente, essas noites mal dormidas, esses pesadelos constantes só tem diminuído minha esperança até de que o dia melhore. Eu preciso ser mais sensata, realista. Preciso fazer o que sempre fiz: omitir os meus sentimentos e o meu passado. Ninguém se importa e com a verdade se importam menos ainda. Esse desinteresse de conhecer pessoas não é normal, mas e daí? Nada dura mesmo. Vou parar de querer que tudo fique bem, porque nunca fica.
Vou aprender a não sentir falta de quem um dia disse que não me abandonaria e não cumpre com as palavras. Depois de magoar todo mundo, acho que se uma vez alguem disse "ela vai ver", hey, fique feliz!
Agora eu devia dizer algo como "vou fazer diferente" e todas as baboseiras otimistas de mudanças, mas não. Eu não vou fazer nada porque quanto mais eu tento consertar as coisas, mas elas pioram. Acho que eu sou assim mesmo, alguém que vive de perdas... é só aceitar, não sentir falta de nada, parar de chorar à toa e sorrir, ninguém questiona!




Beijos, Dani :*
Allison Iraheta - Scars ♪

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Cheiro de Uma Lembrança




Acordei. Era manhã, ouvi apitos parecidos com o chiado do bule da mamãe. Ela sempre acordava cedo, antes mesmo do raiar do sol ou até mesmo antes do cantar dos galos. Galos que não haviam ali mas que um dia eu os ouvi, quando visitei um sitio de um um amigo do meu pai no interior e deduzi que seria aquele o horário que eles despertavam, talvez por sentirem em seus pelos ou penas a brisa do amanhecer. Talvez se assustassem. Ou não. Não importa. Mamãe acordava cedo porque era uma espiã super secreta e tinha que vigiar a casa enquanto dormíamos. O chiado soava alto e com ele aumentava também o cheiro do café passado no coador de pano, sei pelo sabor amarrotado, por isso odeio café. 
Pela manhã, mamãe sempre espremia laranjas, ela dizia que crianças sempre teriam um dia alegre assim como o ar cítrico da fruta. Por isso sempre ficava do lado de mamãe, para respirar o espremer da laranja e ter um dia mais feliz ainda. As vezes acordava cedo apenas para isso. Me levantei mas não encontrei os sapatos então desci para procurar a mamãe:


 _ Mãe, não consigo encontrar meus sapatos.
 _ Eu os deixei do lado direito da sua cama, perto do criado-mudo.
 _ Mas eu procurei e não achei, pode me ajudar?
 _ Sim filho, vamos procurar... ah, e feliz Natal!


Meus pais me falavam que no Natal o papai Noel andava pelos telhados e deixava um presente para todas as crianças, ouvi dizer que era só para aqueles que se comportavam direitinho. Mas achava estranho pois, Margarida, a filha da empregada, sempre foi tão boazinha e mesmo assim me disse que nunca ganhou nada, deve ser porque ela não tem pai, muito menos Noel.
Margarida sempre estava em casa e era a única com quem eu poderia brincar, pois mamãe dizia que os garotos da rua tinham brincadeiras estúpidas, deve ser aqueles gritos que eu sempre ouvia do lado de fora da janela. Ouvia dizer que não prestavam e não saberiam entender o quanto eu era especial.
Ah mas com Margarida era bem diferente. Nunca soube ao certo mas quando ela estava perto de mim sentia como se o ar mudasse, minha respiração fosse mais leve e a sentia de uma forma mais doce... como o sopro de um vento que de longe e consigo trás o perfume das flores ao meu encontro, ao mesmo tempo que parecia ouvir palavras suaves por volta da minha cabeça... da minha cabeça... da minha cabeça...


 “ Quem tivesse um amor, nesta noite de lua, 
para pensar um belo pensamento 
e pousá-lo no vento! 

Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível - 
para se ver chorando, e gostar de chorar, 
e adormecer de lágrimas e luar! 

Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas, 
partisse por nuvens, dormente e acordado, 
levitando apenas, pelo amor levado... 

Quem tivesse um amor, sem dúvida e sem mácula, 
sem antes nem depois: verdade e alegoria... 
Ah! quem tivesse... (Mas, quem teve? quem teria?) “

Mas eu não acredito em Papai Noel, afinal já tenho 7 anos. O que existe mesmo e eles não sabem é um duende voador todo espelhado que reflete o sonho das crianças, inclusive o meu que era voar mas isso eu já fiz. Me lembro até quando passava entre nuvens de algodão doce e sentia o próprio vento do bater das minhas asas no meu rosto... cheguei até a lua, que não sei como é mas margarida me dizia ser muito bonita e que era um filhote da terra, pois era redondinha e sempre estava brilhando. Dizem que criança brilha, talvez aquelas  que acreditam no duende espelhado. Mas o meu sonho de verdade é ser igual meu pai: um herói. Meu pai sempre me disse que os heróis são os mais organizados, os mais fortes e os que combatem aqueles que fazem coisa errada, meu pai é esse herói. Não sei se usa capa, mas tem bota, ele nunca me deixou saber como é a espada dele, disse que é perigosa e alcança os inimigos, mesmo os que estavam distantes e que junto com ele existem muitos outros heróis vindos do trem azul do céu que acreditavam no duende espelhado e eles são diferentes, são especiais, assim como ele, assim como eu. Meu pai disse que eles, os heróis, estão se preparando pra uma batalha intergaláctica. Onde há monstros enormes e fedidos que querem se vingar do duende espelhado por nunca terem ganhado um presente no Natal. Eles não tinham lar, eram maus e querem tirar os presentes daqueles que são bons. 
Uma vez ele me ensinou uma música que cantava com os companheiros antes de enfrentar os inimigos. Era assim:

 “Senti um dia no meu coração
uma imensa e forte emoção
de combate com meu fuzil na mão
e defender com orgulho essa nação
e lá do auto todos vão dizer
sentimos muito orgulho de você.”


Tenho certeza que os heróis vão vencer esta batalha, porque o bem sempre vence o mal... Por isso quero ser um Super Herói bondoso, assim como meu pai.

Era de tarde quando Margarida veio brincar comigo, ela pediu que eu a desenhasse do jeito que eu a via, eu fiquei tão nervoso que na hora que eu desenhei um coração, no meio um morango, e dentro do morango uma lua.O cheiro de margarida era doce como de um morango, a lua porque ela brilhava de todas as formas e o coração, porque ele batia forte quando eu estava perto dela. Quando eu mostrei o desenho, ela riu, e falou que não tinha a cara torta igual a do desenho, aí eu falei que ela era linda e especial de qualquer jeito, era minha melhor amiga. Quando eu menos esperava Margarida encostou seus lábios nos meus. Nossa, minha barriga parecia ter varias formiguinhas! Meu coração batia tão forte e minha boca ficou tão dormente! Foi incrível, foi mágico, e foi assim meu primeiro beijo.
Com o passar do tempo o mundo fora de casa, foi ficando diferente... Margarida não ia mais brincar comigo, meu pai disse que ninguém podia sair de casa. Começou a ficar frio, não tinha mais aquele cheiro de morango. Pareciam fogos de artifício no céu, mas não me trazia alegria como os fogos do Réveillon, ouvia gritos de desespero, me dava vontade de chorar.
Porque meu pai, que é um Herói, não estava salvando aquelas pessoas da dor? Eu perguntei à ele, e ele me disse que estava do jeito que ele queria. Ele deveria fazer as pessoas sorrirem e não chorarem.
Desespero, muito barulho, minha mãe orando, meu pai não estava mais lá. Até que senti um imenso calor vindo das paredes, minha mãe gritando e minhas pernas queimando. Respirar parecia tão difícil... eu só queria sentir por uma ultima vez aquele doce perfume...


Atividade proposta para trabalhar o lúdico. Texto elaborado  em conjunto com o povo do teatro.
(Samu, Bárbara, Aline, Lucas, Thiago, Jéssica e Dani)
Participação especial: Felipe (cobaia)

domingo, 25 de setembro de 2011

Texto Inútil.




Pego um Café com leite. Tenho que me lembrar de diminuir o café. Talvez seja por isso que fico com sono de dia e elétrica à noite. Tanto faz. De qualquer forma, não deito na cama sem um café com leite antes, sou estranha. Enfim... Sento na cadeira de frente pro computador, coloco uma música. Fecho os olhos em busca de uma inspiração. Quero algo novo e não só amor e dor. Sou muito extrema, navego entre esses temas. Hoje não, quero algo mais lúdico como diz meu professor de teatro. Dou uma olhada no WeHeartIt. As imagens sempre me inspiram. Vejo uns casais, umas garotas, e uns gatos. Parece que todo mundo por lá gosta de gatos, sempre tem milhares! Tenho que me lembrar também de cobrar a minha mãe sobre o gato que to pedindo. Preciso de algo que dependa de mim. Engraçado isso não é? Essa necessidade de dar atenção à algo quando na verdade, você que quer atenção. Que seja. Não achei nenhuma foto que me desse alguma ideia de texto interessante. Essa fase sem inspiração é um pé no saco. Na verdade, essa minha mania de "coisas intermináveis" que é um pé no saco. Eu começo um texto e não termino. Deve ter uns quinhentos aqui nos rascunhos do blog com temas aleatórios e pela metade. Odeio isso em mim. Perco o foco muito fácil como podem perceber. Estou aqui escrevendo sobre um milhão de coisas e nada ao mesmo tempo. Sou tão confusa. Provavelmente eu desista desse texto agora, como  faço com quase todos, ou não, sei lá, dessa vez me dê uma loucura repentina e eu poste esse texto sem fim algum. Aliás, outra coisa que me desagrada é essa minha mania de "Tudo e nada" como já disse em um texto. Sabe aquela ideia de querer fazer tudo ao mesmo tempo e acabar fazendo nada? Eu faço isso 24 horas por dia com tudo que vocês possam imaginar. Desde querer dar atenção à todos como enrolar pra arrumar meu quarto que, bem... É tão bagunçado quanto minhas idéias e textos.
Droga, esqueci do café. Esfriou. Minha memória ultimamente está uma merda. Acho que de tanto eu dizer que tinha a memória perfeita e me gabar disso to tomando na testa. Tanto faz, tem muitas coisas que preciso esquecer mesmo. Por falar em esquecer, acho que eu sou uma pessoa muito fácil de ser esquecida. Na minha testa deve estar escrito "ABANDONEM -ME". Mas não vou falar desse assunto, que já tem até demais no blog! Melhor parar de escrever. Já estou cansando disso. Esse deve ser o texto mais ruim que já escrevi na vida, tenho até vergonha de postar isso mas... dane-se! Ninguém se importa com nada mesmo...

Beijos Dani :*
Smashing Pumpkins - Disarm ♫


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Possessiva

Teu livro.
Esquecido no alto da prateleira,
com cheiro de mofo
e com camada espessa de poeira.

Mesmo com cheiro de mofo e poeira
ainda assim, Teu livro.

Teu livro. 
Com as palavras borradas
de marcas redondinhas,
de lágrimas que ousaram ser derramadas.

Mesmo com cheiro de mofo e poeira,
com palavras borradas de lágrimas,
ainda assim, Teu livro.

Teu livro.
Com manchas de café velho
com o formato da caneca
deixada pelo filho fedelho.

Mesmo com cheiro de mofo e poeira,
com palavras borradas de lágrimas,
manchas de café velho,
ainda assim, Teu livro.

Teu livro.
Que apesar de esquecido,
Sempre será teu, pra mais tarde ser lido
e levar consigo,
o mundo das palavras que são redescobertas,
servindo de inspiração para novos poetas.

Daniela Siqueira

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Posso anotar o seu pedido?



Num mundo onde a vida é descartável, eu sonho em coisas eternas. Talvez eu ainda seja jovem e inocente ao ponto de não acreditar que tudo tenha um fim. Por mais que a vida cada dia mais tenha me mostrado isso - com uma frenquencia maior, admito - eu ainda estou longe de enxergar tal verdade. Meus olhos ainda tem esperança. Eles enxergam o que querem ver. 

Pessoas estão partindo à todo instante. Quem eu achava que se importava mostra-se indiferente. Pessoas não aceitam a verdade, simples assim. Marcam sua vida e partem. Deve ser esse o ciclo deste mundo. Sem nenhuma filosofia, sem nenhuma música ao fundo, e muito menos despedidas... só partem, como se fosse um fast-food de sentimentos inúteis que nos rodeiam. Não. Não quero acreditar nisso, eu me nego. Devo ser uma peça de quebra-cabeças sem nenhum encaixe. Meus pensamentos são tão distintos assim do resto das pessoas? Ser assim, incompreendida... até quando? 

"Com o tempo você aprende que tudo muda". Talvez na época da minha mãe, foi assim mesmo. Talvez a vida dela tenha sido assim. Não quer dizer que a minha também seja, certo? Tola. Ela sabe do que fala. Eu que tampo os meus ouvidos, fecho meus olhos e saio correndo pelo escuro. Vou negando... talvez seja isso que faz com que eu sofra tanto com cada perda. Perdi quem eu mais amava por motivos fúteis, isso me fez me apegar mais às pessoas à ponto de não suportar a dor da partida. Mudar isso em mim... talvez... seja preciso. 

Com o tempo eu aprendo... Esse "tempo" que nunca vem. Que merd* de tempo é esse? Seria bem mais fácil dizerem "Quando tal coisa acontecer, voce vai saber" e não "com o tempo você aprende". William Shakespeare que me perdoe, mas eu não acho que tempo seja a incógnita dos nossos aprendizados, mas sim, fatos. A vida cobra isso, não o tempo. O tempo só passa, não faz mais nada.
Acho que quando eu digo "por favor, não me deixe, não se afaste de mim", as pessoas acham que é figura de linguagem. Talvez não saibam decifrar tais palavras que para elas, soam tão desnecessárias. E assim eu continuo negando... e a vida joga na minha cara o quanto estou errada com relação ao que é eterno. Eu sempre vou negar, não adianta. Saber que as pessoas partem é uma coisa, ter esperança de que as coisas que você ama, sejam esternas é outra. Eu ainda tenho esperança, esse é o problema. Preciso viver mais nesse mundo descartável. Preciso esquecer aqueles que me esqueceram antes e não ficar criando pretextos para tentar trazê-los de volta à minha vida. Esquecer datas, esquecer imagens, fotos, músicas, frases... tudo. Fast-food é assim. Você se sacia e joga fora depois. 




Beijos, Dani :*

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adivinhando pensamentos



Essa noite eu sonhei com você de novo. Sonhei que você olhava em meus olhos e dizia o quanto me amava. Você segurava a minha mão e com a outra você deslizava suavemente pelo meu rosto, como você sempre faz. Depois vinha um silêncio e só o que eu enxergava eram seus olhos nos meus que gritavam de desejo. Eu sorria e abaixava a cabeça, tímida. Você segurava em meu queixo e sorria de volta. E assim você chegava mais perto do meu rosto, eu sentia sua respiração e sentia seu cheiro mais forte. E então fechei meus olhos e senti seus lábios tocando os meus. Tão macios, tão delicados… saí do chão por um instante, e fazia desse beijo um momento eterno. Sentia teu amor e me entregava a ti como nunca tinha feito antes. Sentia teu abraço, teu cheiro que agora se confundiam com o meu próprio agora. Nos tornamos um só, ligados pelo nosso amor e pela nossa entrega ao outro. Abri meus olhos e vi você sorrindo pra mim… Lindo! Me senti amada, a garota mais amada do mundo. Eu olhava em seus olhos e pensava “EU TE AMO TANTO”, mas palavras não saíam da minha boca. Porém pude perceber que você entendeu meu pensamento… E ficamos ali, nos olhando e adivinhando o pensamento do outro por um tempo. Até que você me perguntou: “No que você está pensando?” e eu respirei fundo como se tomasse coragem pra dizer. “Que eu te amo!” Eu disse. Então você fechou seus olhos e sorriu. “Notou que é a primeira vez que você diz isso?” Apenas acenei com a cabeça e vi que minhas palavras fizeram seus olhos gritarem de alegria. Então pensei que foi apenas a primeira de muitas vezes que diria isso à você. Eu estava decidida a passar o resto dos meus dias assim… ao teu lado. E enquanto um olhasse para o outro e adivinhasse os pensamentos, eu estaria feliz por ser a garota mais sortuda do mundo. E então eu acordei. Um sorriso surgiu em meu rosto ao lembrar de cada traço do seu. Olhei pro lado… Um sms teu, então pude perceber que eu era realmente sortuda por tudo aquilo não ser apenas um sonho…

Beijos, Dani :*